“A
contemplação é a consciência e a compreensão, e mesmo, em certo
sentido, a experiência daquilo em que cada cristão obscuramente
crê: ‘Não sou mais eu quem vive; é Cristo que vive em mim’.
É um despertar, uma iluminação, e a surpreendente compreensão intuitiva por meio da qual o amor adquire a certeza da intervenção criadora e dinâmica de Deus em nossa vida cotidiana".
“A contemplação é
mais do que a mera consideração de verdades abstratas sobre Deus; mais,
até, do que a meditação afetiva das coisas em que cremos. É um
despertar, uma iluminação, e a compreensão intuitiva e maravilhosa, com
que o amor se certifica da intervenção criadora e dinâmica de Deus em
nossa vida cotidiana. A contemplação, portanto, não ‘encontra’
simplesmente uma ideia clara sobre Deus, confinando-o dentro dos limites
dessa ideia, retendo-o como um prisioneiro a quem se pode sempre
voltar. Pelo contrário, a contemplação é que é por Ele arrebatada e
transportada ao seu próprio domínio, ao seu mistério, à sua própria
liberdade. É um conhecimento puro e virginal, pobre em conceitos, mais
pobre ainda em raciocínios, mas capaz, por sua própria pobreza e pureza,
de seguir a Palavra ‘aonde quer que vá’.”
Merton, Thomas. Novas Sementes de Contemplação. Rio de Janeiro: Editora Fissus, 2001, p. 12-13.
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