Um dos desafios mais difíceis para o discípulo de Cristo é viver no mundo sem permitir que o mundo habite nele. Como podemos permanecer em união vital com Cristo e ainda estar sob as pressões do mundo? O mundo tem seu próprio sistema de valores, sua ideia de sucesso e suas tentações sedutoras.
Segundo o conselho de Dietrich Bonhoeffer, devíamos descobrir um mundanismo santo(1) : devíamos viver no mundo mas como pessoas chamadas por Deus e cheias do Espírito.
A pergunta é como podemos permitir que o mundo interior de nosso relacionamento com Cristo dirija nossa atividade no mundo exterior?
A maneira pela qual Deus amou o mundo (2) é o modo pelo qual devemos viver no mundo como discípulos. Ele amou com independência e liberdade. Em ponto algum Jesus aderiu ao sistema de valores, à religião distorcida ou ao materialismo competitivo de seu tempo. Ele veio chamar e reconciliar o mundo com Deus: chamar uma nova criação e liberar as pessoas a fim de buscarem primeiro o reino de Deus no mundo. esse reino é a regra de Deus nos corações das pessoas, entre elas e seus relacionamentos, e em suas responsabilidades para com a sociedade. Ele disse que o reino se encontra dentro de nós, entre nós e em poder total no mundo.
Nosso amor e lealdade supremos são para Deus. Então podemos amar o mundo criativamente sem necessitarmos de seus louvores ou de sua riqueza. Quando amamos o mundo como Deus o amou em Cristo, recebemos ordens de cuidar das pessoas e introduzi-las à vida como esta devia ser em Cristo. Nossa perspectiva e ambições mudam.
O único aspecto eterno de nossa vida é a alma. Nosso modo de viver no mundo agora determina como e onde passaremos a eternidade.
(1) Por mundanismo santo, Bonhoeffer quis dizer viver sem reservas nos deveres, problemas, sucessos e fracassos, experiências e perplexidades da vida. Ao fazer assim lançamo-nos sem reservas nos braços de Deus.
(2) João 3:16-17
Adaptado de Ogilvie, Lloyd John. Quando Deus pensou em você. São Paulo: Editora Vida, 1983, p. 37-43.
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