quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Para que serve a oração de investigação?

Ela apresenta dois aspectos básicos, semelhantes aos dois lados de uma porta. O primeiro aspecto é o exame de percepção, pelo qual descobrimos como Deus se faz presente em nossa vida no dia a dia e como reagimos à sua presença amorosa. O segundo aspecto é o exame de consciência, no qual expomos aquelas áreas que precisam ser purificadas e restauradas.
No exame de percepção, refletimos, em atitude de oração, sobre nossos pensamentos, sentimentos e ações, até descobrirmos como Deus está trabalhando em nós e como reagimos à obra divina. 
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O exame de percepção é o meio que Deus usa para nos fazer mais atentos ao que acontece à nossa volta.
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No exame de consciência, somos incentivados pelo Senhor a sondar as profundezas de nosso coração. Longe se ser algo desagradável, isso é um escrutínio de amor (Salmo 139:23-24).
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Sem apresentar desculpas e sem ficar na defensiva, procuramos saber o que há de verdade em nós.
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Deus nos mostrará o que precisamos ver no momento em que precisarmos ver.
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Madame Guyon adverte-nos do perigo de "depender mais de nosso escrutínio do que de Deus para a descoberta e o conhecimento de nosso pecado" (1). Se a inquirição for apenas um autoexame, ao final dela sentiremos ou orgulho em excesso ou demasiada vergonha.
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A oração de investigação produz em nosso íntimo a inestimável graça do autoconhecimento.
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"Conhece-te a ti mesmo" é a famosa frase de Sócrates.
Teresa de Ávila entendia o valor do autoconhecimento. Em sua autobiografia, ela escreveu: "O caminho do autoconhecimento jamais deve ser abandonado, nem existe nessa jornada uma alma gigante, que não precise retornar ao estágio de infante ou de uma criança de peito". 
Devemos retornar muitas e muitas vezes a esse caminho básico da oração.
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Por meio da fé, o autoconhecimento conduz-nos à autoaceitação e ao amor-próprio, cuja vida provém da aceitação e do amor de Deus. 



(1) Experimentando as profundezas de Jesus Cristo através da oração. São paulo: Editora dos Clássicos, 2002, p.51.





Extraído de Foster, Richard. Oração: o refúgio da alma. São Paulo: Editora Vida, 2008, p. 49-55.

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