"A oração muda situações", diz o povo. Ela também nos muda, e essa segunda meta é a mais imperativa. O objetivo primário da oração é levar-nos a uma vida de estreita comunhão com o Pai, de modo que, pelo poder do Espírito, sejamos cada vez mais conformados à imagem do Filho. Esse processo transformativo é o único propósito da oração de formação.
Nenhum de nós conseguirá manter uma vida de oração, a menos que esteja preparado para mudar.
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Nesse novo e vivo caminho, o Espírito de Deus nos ensinará todos os dias. Quando começarmos a seguir as orientações do Espírito, começaremos também a ser transformados de dentro para fora.
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Dallas Willard faz menção de três áreas principais em que Deus costuma atuar em nossa contínua transformação - um "triângulo dourado" da formação, se você preferir. A primeira área são as clássicas disciplinas espirituais da vida: solitude, jejum, adoração, celebração e outras. A segunda área é nossa contínua interação com as ações do Espírito de Deus: desobediência, arrependimento, submissão, fé, obediência e muito mais. A terceira área é a paciência que Deus desenvolve em nós por meio das frustrações, provas e tentações do dia a dia.
Por esse motivo, jamais devemos isolar a oração do restante da devoção cristãs ou exigir dela mais do que é intenção de Deus.
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Deus deseja moldar-nos de maneira progressiva pelo padrão de Cristo: "Aqueles que [Deus] de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho..." (Romanos 8:29). Queremos ver a oração de formação surtindo efeito nessa conformação progressiva.
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Na oração de formação, existe tanto o aspecto ativo quanto o passivo. Pelo aspecto ativo, somos nós que buscamos a Deus... Somos peregrinos numa jornada de fé. Estamos nos exercitando na piedade.
Pelo aspecto passivo, somos procurados por Deus. Permanecemos atentos e sensíveis a ele. Somos o barro nas mãos do Oleiro (Jeremias 18).
Extraído de Foster, Richard. Oração: o refúgio da alma. São Paulo: Editora Vida, 2008, p. 89-92.