O deserto da jornada espiritual é, para alguns uma sensação de que tudo se ressecou. Não há qualquer prazer na oração ou na leitura das Escrituras. Ir à igreja se tornou algo tedioso e fútil...
Onde antes havia um sentimento da presença de Deus como pai amoroso, cuidando e guiando delicadamente, ou do estímulo sábio do Espírito Santo, agora parece haver um grande vazio.
O caminho da maturidade cristã é reconhecer o caminho do deserto pelo que ele é - outro quilômetro na estrada chamada "felicidade" - e pisar nele com obediência e paciência.
Eu disse à minha alma, aquiete-se, e espere sem esperança,
Pois a esperança seria esperança na coisa errada: espere
Sem amor,
Pois o amor seria amor à coisa errada; há ainda
A fé,
Mas a fé, o amor e a esperança estão todos
Na espera.
Espere sem pensar, pois você não está pronto
para o pensamento.
Assim, a escuridão será a luz, e o silêncio,
A dança.
Quando você está só, quente e empoeirado, se sente sozinho e não está bem certo de onde está: quem é você? O que significa tudo isso?
O deserto é o lugar onde devemos aprender coisas novas sobre nós mesmos e sobre Deus.
As perguntas certas a serem feitas talvez sejam "o quê?" O que devo fazer disso? O que posso fazer com isso? E "quem?" Quem eu me descubro ser no deserto? E, ainda mais importante, quem eu descubro que Deus é?
Às vezes, o deserto é o modo encontrado por Deus para remover todo o barulho e toda a confusão, feliz ou infeliz, em derredor, a fim de que possamos encarar, antes que seja tarde demais, as questões que sabemos lá no íntimo que devemos verdadeiramente encarar.
[Trechos do capítulo O caminho para o deserto, do livro O Caminho do Peregrino - N.T. Wright]
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