Não se preocupe por não saber como orar. Sofrer por uma preocupação desgastante nunca foi um caminho do Evangelho. "Ninguém consegue acrescentar sequer um dia à sua vida através de preocupações... Dou-lhes a minha paz... Que o seu coração não se aflija e não desanime!"
O medo e a preocupação são inerentes ao ser humano inserido em sociedades feridas e abaladas. Nessas sociedades vive, trabalha e sofre cada homem, cada crente, e pode sentir a tendência de se revoltar, por vezes odiar e tornar outros submissos.
Quando você ora, podem surgir nevoeiros entre você e Deus. Eles têm nome: revolta, insatisfação, perda de autoestima, sensação de ser indigno, de não encontrar perdão. Muitas sensações subjetivas podem desenvolver uma espécie de bloqueio.
Suspirar e perguntar-se como você pôde esquecer-se da sua presença? Não. É melhor entregar-se totalmente à fé. Em qualquer fase da vida, você pode lhe dizer de maneira infantilizada o que o prende e fere, o que sobrecarrega as pessoas que você ama. Deixe-o liberar o caminho. E você compreenderá que o Ressuscitado o acompanha em toda parte, na rua e no trabalho, onde quer que você esteja no mundo.
Através de seu Espírito Santo, Ele glorifica até mesmo o que há de mais confuso em você. Ele alcança o inatingível. O que você vê de negativo em você, se desfaz; você consegue espantar os pensamentos sombrios.
A glorificação do homem, uma mudança interior imperceptível, ocorre durante toda a vida. Ela transforma cada dia em um "hoje" de Deus. Ela é o começo da ressurreição já na terra, o começo de uma vida que não tem fim. A maravilha de um amor sem começo nem fim...
Você se surpreende com as palavras: Jesus, o ressuscitado, esteve em mim, e mesmo assim eu não sentia nada dele. Tantas vezes o procurei em outros lugares. Enquanto eu fugia das fontes que Ele deixou nas profundezas do meu ser, corri inutilmente por todo o mundo, migrei em vão para lugares distantes - e perdi-me em becos sem saída. A alegria em Deus permaneceu escondida.
Mas então veio o tempo em que eu descobri que Cristo jamais me abandonara. Eu ainda não tinha coragem de voltar-me para Ele, mas Ele já me entendia, já falava comigo. O batizado foi o marco de uma presença invisível. Quando o véu da desconfiança se ergueu, surgiu a confiança da fé e clareou até mesmo a minha noite.
Roger Louis Schütz-Marsauche, o Irmão Roger, foi o mais novo de nove irmãos de uma família de pastores luteranos. Em 1949 fundou a Comunidade de Taizé (1), uma irmandade inicialmente protestante e, posteriormente, de orientação ecumênica. Seu objetivo era fomentar a "Parábola da Comunhão". Centenas de milhares de jovens vão a cada ano para Taizé para cantar, rezar e refletir sobre a fé juntamente com os irmãos nos encontros semanais. A vida na comunidade foca a oração e a meditação cristã.
(1) Mais informações sobre Comunidade de Taizé, que fica em Borgonha, França, em http://www.taize.fr/pt
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