sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O dia em que minhas emoções se uniram a mim em oração - J. Sidlow Baxter


"Quando entrei no ministério com a idade de 25 anos, decidi ser o mais metodista Batista que qualquer jovem metódico ministro poderia ser. Fiz planos elaborados para as atividades de cada dia: uma hora certa para levantar e um tempo reservado para oração, estudo bíblico, visitação, escrever cartas, e assim por diante.
Infelizmente, parecia que “as estrelas em seus cursos” lutavam contra a minha bem-intencionada indisciplina. Conforme me tornei enredado em um atarefado pastorado, meu tempo de oração e estudo da Bíblia tornou-se menos regular. Quando eu orava, minhas tentativas pareciam desprovidas de qualquer poder ou realidade.
Esse estado infeliz continuou por muito tempo, mas, eventualmente, uma crise surgia. Eu ainda estava lutando para manter uma aparência de um sistema. Em certa manhã chegou a hora de passar uma hora em oração. Sobre a minha mesa, no entanto, havia uma pilha de cartas não respondidas. Uma voz dentro de mim parecia dizer: seu primeiro dever não é a oração, mas responder essas cartas. Você não tem o direito de negligenciar esta simples tarefa.
Vacilei. Então, uma voz aveludada arrazoou: Sid, por que continuar se autoflagelando? Será que você nunca aprende? Deus precisa de ocupados, desde a ativa Marta quanto a contemplativa Maria; a prática, assim como o espiritual. Deus não tem abençoado o seu ministério o suficiente para mostrar sua aprovação? Encare a realidade: você não é uma pessoa do tipo espiritual!
Esta última observação feriu-me como um punhal. No fundo, eu sabia que não poderia haver nenhuma experiência vital de Deus, nenhum contínuo poder no ministério, sem a oração regular.
Naquela manhã, eu tive um olhar penetrante para minha vida interior. Eu encontrei, com certeza, uma parte de mim que não queria orar – minhas emoções. Mas no mais profundo escrutínio, descobri uma outra parte que queria orar – a minha vontade. Sim, a vontade de orar estava lá, mas as emoções estavam todas voltadas para o outro caminho, e foram artisticamente usando essas cartas na minha mesa como um esperto disfarce.
Então eu fiquei cara a cara com a minha vontade. “Vontade”, eu perguntei, “você está pronta para uma hora de oração?”
“Estou pronto, se você está”, respondeu a Vontade. Assim, a Vontade e eu nos demos os braços e saímos para o nosso tempo de oração.
De repente, todas as emoções começaram a puxar para o outro lado protestando: “Nós não estamos indo! Nós não estamos indo!”
Vi a Vontade cambalear um pouco, então eu perguntei: “Você pode ficar com ela?”
“Sim, se você puder.” Em seguida, a Vontade e eu descemos para orar, arrastando aquelas insinuantes e turbulentas emoções com a gente.
Foi uma luta. Em um ponto no meio de uma intercessão sincera, eu encontrei uma dessas emoções traidoras que tinha enredado a minha imaginação e corrido para a televisão assistir futebol. Fiz tudo que eu poderia fazer para arrastar o vilão perverso de volta. Um pouco mais tarde eu achei outra das emoções que tinha furtivamente afastado com alguns pensamentos desprotegidos e foi pregar um sermão que eu ainda não tinha terminado!
No final daquela hora, se você tivesse perguntado: “Você teve um bom tempo?”, eu teria que responder: “Não! Eu lutei cansativamente com as emoções contrárias e uma imaginação ociosa do começo ao fim”. Essa batalha com as emoções continuaram por duas ou três semanas, e se você tivesse perguntado em seguida, “Será que você aproveitou a sua oração diária?”, eu teria que confessar: “Não. Às vezes parecia que os céus eram de bronze.”
Mas algo estava acontecendo. A Vontade e eu demonstramos para as Emoções a nossa independência. Certa manhã, cerca de três semanas após a competição começar, justamente quando a Vontade e eu estávamos indo para a oração, ouvi uma das Emoções sussurrar para as outras: “Vamos rapazes! Não adianta perder mais tempo resistindo. Eles irão do mesmo jeito “. Naquela manhã, pela primeira vez, as Emoções, apesar do mau humor não cooperativo, estavam pelo menos em repouso, o que permitiu a Vontade e eu começar a oração sem distração.
Então, algumas semanas mais tarde, durante um dos nossos momentos de oração, quando a Vontade e eu não estávamos pensando nas Emoções mais do que no homem na lua, uma das Emoções mais vigorosas inesperadamente surgiu e gritou: “Aleluia!” E todas as outras Emoções, exclamaram: “Amém!”
Pela primeira vez, todo o território de James Sidlow Baxter estava felizmente coordenado no exercício da oração."

Santa Barbara, Califórnia

(10  de agosto de 2016http://www.sara.org.br/o-dia-em-que-minhas-emocoes-se-uniram-a-mim-em-oracao/ )

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