sexta-feira, 19 de abril de 2019

SACRIFÍCIO QUE GERA VIDA

Porém ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados, estava sendo castigado por causa das nossas maldades. Nós somos curados pelo castigo que ele sofreu, somos sarados pelos ferimentos que ele recebeu.” (BÍBLIA: Livro de Isaías 53.5 - Nova Tradução na Linguagem de Hoje) 




Certa vez, ao ver Jesus, o profeta João Batista disse: “Aí está o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” (BÍBLIA: Evangelho de João 1.29 - Nova Tradução na Linguagem de hoje). Nestas palavras - simples frase de profundo significado - ele está apontando para um evento central na espiritualidade do povo de Deus: a Páscoa. Lembrando a libertação do cativeiro no Egito e a refeição na qual o cordeiro era sacrificado e alimentava a todos, João Batista identifica Jesus como o Messias que haveria de vir e libertar definitivamente o povo, trazendo cura a todos. 
Entretanto, muitos imaginavam e desejavam um messias que fosse um grande guerreiro e que restaurasse politica e socialmente a nação judaica; ninguém poderia imaginar um messias que fosse uma espécie de “servo sofredor” e que pudesse ser ferido! O profeta Isaías retrata o Messias em seu ministério sacrificial que através de seu sofrimento e feridas traria cura e libertação para as pessoas. Nas palavras de Henri Nouwen: 
Ele é convidado para ser o curador ferido, o que precisa cuidar dos próprios ferimentos, mas, ao mesmo tempo, estar preparado para curar os ferimentos do outro.” 
Este exemplo de Jesus é um convite para que todos os seus discípulos também sejam curadores feridos. Todos nós temos nossas dores e sofrimentos; talvez alguns tenham feridas que doem muito e que ainda não cicatrizaram. Talvez, por causa do nosso sofrimento pessoal não temos energia física e emocional para ajudar outra pessoa. Mas, ao mesmo tempo, nosso sofrimento e nossa dor nos habilitam a compreender e ajudar outros que sofrem. Precisamos nos colocar diante de Deus pedindo graça e misericórdia para lidarmos com nossas próprias dores, mas também precisamos nos dispor diante de Deus para sermos instrumentos de cura e libertação para as pessoas. 
Assim como Jesus, quem proclama a libertação é convidado não só a cuidar dos próprios ferimentos e dos ferimentos dos outros, mas também a fazer de seus ferimentos uma fonte maior do poder da cura.” (Henri Nouwen)

Casso Mendonça Vieira - Pastor na 1ª IPI de Campinas