“Porém ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados,
estava sendo castigado por causa das nossas maldades. Nós somos
curados pelo castigo que ele sofreu, somos sarados pelos ferimentos que
ele recebeu.” (BÍBLIA: Livro de Isaías 53.5 - Nova Tradução na Linguagem de
Hoje)
Certa vez, ao ver Jesus, o profeta João Batista disse: “Aí está o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” (BÍBLIA: Evangelho de
João 1.29 - Nova Tradução na Linguagem de hoje). Nestas palavras - simples
frase de profundo significado - ele está apontando para um evento central
na espiritualidade do povo de Deus: a Páscoa. Lembrando a libertação do
cativeiro no Egito e a refeição na qual o cordeiro era sacrificado e
alimentava a todos, João Batista identifica Jesus como o Messias que
haveria de vir e libertar definitivamente o povo, trazendo cura a todos.
Entretanto, muitos imaginavam e desejavam um messias que
fosse um grande guerreiro e que restaurasse politica e socialmente a nação
judaica; ninguém poderia imaginar um messias que fosse uma espécie de
“servo sofredor” e que pudesse ser ferido! O profeta Isaías retrata o
Messias em seu ministério sacrificial que através de seu sofrimento e
feridas traria cura e libertação para as pessoas. Nas palavras de Henri
Nouwen:
“Ele é convidado para ser o curador ferido, o que precisa cuidar dos próprios ferimentos, mas, ao mesmo tempo, estar preparado para curar os ferimentos do outro.”
Este exemplo de Jesus é um convite para que todos os seus
discípulos também sejam curadores feridos. Todos nós temos nossas dores
e sofrimentos; talvez alguns tenham feridas que doem muito e que ainda
não cicatrizaram. Talvez, por causa do nosso sofrimento pessoal não temos
energia física e emocional para ajudar outra pessoa. Mas, ao mesmo
tempo, nosso sofrimento e nossa dor nos habilitam a compreender e
ajudar outros que sofrem. Precisamos nos colocar diante de Deus pedindo
graça e misericórdia para lidarmos com nossas próprias dores, mas
também precisamos nos dispor diante de Deus para sermos instrumentos
de cura e libertação para as pessoas.
“Assim como Jesus, quem proclama a libertação é convidado não só a cuidar dos próprios ferimentos e dos ferimentos dos outros, mas também a fazer de seus ferimentos uma fonte maior do poder da cura.” (Henri Nouwen)
Casso Mendonça Vieira - Pastor na 1ª IPI de Campinas